Desde 2020, a bancada no PT tem votado em peso a favor da desonera\u00e7\u00e3o da folha de pagamento para 17 setores da economia e ter\u00e1 dificuldades em defender o veto do presidente Lula \u00e0 medida<\/h2>\n<\/div>\n<\/div>\n

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A bancada do PT no Congresso Nacional j\u00e1 deu demonstra\u00e7\u00f5es, ao menos em duas vota\u00e7\u00f5es, de ser a favor a manuten\u00e7\u00e3o da desonera\u00e7\u00e3o da folha de pagamento para 17 setores da economia, projeto que foi vetado integralmente pelo presidente Luiz In\u00e1cio Lula da Silva na semana passada.<\/p>\n

H\u00e1 tr\u00eas meses, nada menos que 54 deputados, dos 57 que votaram, se posicionaram pela continuidade desses benef\u00edcios fiscais para esses segmentos da economia. No governo de Jair Bolsonaro, em novembro de 2020, 50 parlamentares petistas ajudaram a derrubar um veto semelhante do ent\u00e3o presidente. Nas duas sess\u00f5es na C\u00e2mara, separadas por quase tr\u00eas anos e em legislaturas distintas, os placares pr\u00f3-desonera\u00e7\u00e3o foram curiosamente iguais: 430 favor\u00e1veis.<\/p>\n

Levantamento do\u00a0Correio<\/strong>\u00a0revela que 29 deputados federais do PT votaram nessas duas sess\u00f5es. S\u00e3o parlamentares que se reelegeram e estavam no mandato naquele per\u00edodo e seguem com mandato na C\u00e2mara. Entre esses est\u00e3o a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o atual l\u00edder do PT, Zeca Dirceu, ambos do Paran\u00e1.<\/p>\n

O partido, agora, est\u00e1 numa encruzilhada e os que defenderam a desonera\u00e7\u00e3o at\u00e9 agora ensaiam discursos para justificar a mudan\u00e7a de posi\u00e7\u00e3o. Dif\u00edcil que a bancada do PT, que ainda n\u00e3o discutiu o assunto, se posicione diferente do veto de Lula. N\u00e3o v\u00e3o contrariar o presidente, que tem amplo controle sobre os petistas.<\/p>\n

O deputado Alencar Santana (PT-SP), l\u00edder do governo em exerc\u00edcio na C\u00e2mara, e que votou nas duas oportunidades a favor da desonera\u00e7\u00e3o, afirmou ao Correio que agora \u00e9 hora de rever esses benef\u00edcios, concordando com Lula. Ele vai defender na reuni\u00e3o da bancada que a decis\u00e3o do presidente seja mantida e assim o PT oriente seus deputados.<\/p>\n

“O veto do presidente Lula provocou um importante debate, se de fato essas desonera\u00e7\u00f5es geram efeito concreto na economia, com gera\u00e7\u00e3o de emprego, com crescimento econ\u00f4mico. Ou se s\u00f3 beneficia alguns setores em detrimento a outros, gerando uma conta para a sociedade. Precisamos fazer essa an\u00e1lise”, disse Santana.<\/p>\n

O veto do presidente foi uma vit\u00f3ria do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que anunciou que vai conversar com os empres\u00e1rios dos setores atingidos e buscar uma solu\u00e7\u00e3o que supra o v\u00e1cuo deixado pela falta dos incentivos, caso o veto seja mantido no Congresso. O Minist\u00e9rio do Planejamento, comandado por Simone Tebet, tamb\u00e9m defendeu o veto ao projeto.<\/p>\n

Plano Plurianual<\/h3>\n

Relator do PPA (Plano Plurianual 2024-2027), o deputado Bohn Gass (PT-RS) est\u00e1 entre os 28 deputados petistas que nas duas vota\u00e7\u00f5es da C\u00e2mara em tr\u00eas anos votou pela manuten\u00e7\u00e3o da desonera\u00e7\u00e3o da folha para empresas. H\u00e1 duas semanas, ele protocolou seu relat\u00f3rio, que prev\u00ea investimentos que chegam a R$ 13,3 trilh\u00f5es para os pr\u00f3ximos quatro anos.<\/p>\n

Gass afirmou que agora defende o veto de Lula e listou suas raz\u00f5es. Para ele, o avan\u00e7o da reforma tribut\u00e1ria, aprovada recentemente em dois turnos no Senado e voltou para a C\u00e2mara, e que pode ser promulgada ainda esse ano, mudou o cen\u00e1rio.<\/p>\n

“Na reforma tribut\u00e1ria tem simplifica\u00e7\u00e3o, sem necessidade de desonera\u00e7\u00e3o. A reforma vai acabar com as guerras fiscais e o balan\u00e7o de que essa pol\u00edtica n\u00e3o resultou em gera\u00e7\u00e3o de empregos. A economia, agora crescendo, vai criar outro ambiente, com o Estado voltando a investir e induzindo o investimento”, disse Bohn Gass. “Dessa maneira, ser\u00e1 melhor para o pa\u00eds, que ter\u00e1 recursos para poder fazer o PAC (Programa de Acelera\u00e7\u00e3o do Crescimento) e outras pol\u00edticas sociais”, completou o petista.<\/p>\n

Outro deputado petista que se manifestou a favor da desonera\u00e7\u00e3o nas duas vota\u00e7\u00f5es, Nilto Tatto (PT-SP) afirmou que o momento agora \u00e9 outro e que defende manuten\u00e7\u00e3o do veto de Lula. Tatto disse que a “conjuntura atual \u00e9 diferente da passada” e que h\u00e1 a novidade do avan\u00e7o da reforma tribut\u00e1ria, aprovada em dois turno no Senado h\u00e1 pouco mais de duas semanas. Como Alencar, ele avalia que a tend\u00eancia \u00e9 a bancada se posicionar acompanhando o veto presidencial.<\/p>\n

“Estamos numa conjuntura do passado. Sou a favor de manter o veto por duas raz\u00f5es, uma delas \u00e9 a reforma tribut\u00e1ria. Como manter determinados subs\u00eddios para determinadas cadeias sem inserir nessa conversa uma an\u00e1lise maior da reforma? Seria um erro estrat\u00e9gico. Est\u00e1 se discutindo algo para os pr\u00f3ximos 40 e 50 anos”, disse Tatto, que apresentou sua segunda raz\u00e3o:<\/p>\n

“A outra envolve o enfrentamento da crise clim\u00e1tica, que para o Brasil pode ser uma oportunidade. O mundo todo procura uma nova ind\u00fastria e o Brasil lidera essa produ\u00e7\u00e3o de energia renov\u00e1vel e isso precisa estar no debate do tipo de industrializa\u00e7\u00e3o e cadeia de servi\u00e7os e produtos o Brasil vai incentivar, que deve ser a de baixa emiss\u00e3o de g\u00e1s de efeito estufa”, disse Tatto.<\/p>\n

DEPUTADOS DO PT A FAVOR DA DESONERA\u00c7\u00c3O<\/h3>\n

(votaram duas vezes: derrubando um veto de Jair Bolsonaro, em novembro de 2020, e a favor do projeto na gest\u00e3o Lula, em agosto de 2023).<\/p>\n

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• Alencar Santana (SP)<\/li>\n
• Arlindo Chinaglia (SP)<\/li>\n
• Bohn Gass (RS)<\/li>\n
• Carlos Zarattini (SP)<\/li>\n
• Erika Kokay (DF)<\/li>\n
• Gleisi Hoffmann (PR)<\/li>\n
• Helder Salom\u00e3o (ES)<\/li>\n
• Jorge Solla (BA)<\/li>\n
• Jos\u00e9 Airton (CE)<\/li>\n
• Joseildo Ramos (BA)<\/li>\n
• Maria do Ros\u00e1rio (RS)<\/li>\n
• Nilto Tatto (SP)<\/li>\n
• Odair Cunha (MG)<\/li>\n
• Padre Jo\u00e3o (MG)<\/li>\n
• Patrus Ananias (MG)<\/li>\n
• Paul\u00e3o (AL)<\/li>\n
• Paulo Guedes (MG)<\/li>\n
• Pedro Uczai (SC)<\/li>\n
• Reginaldo Lopes (MG)<\/li>\n
• Rog\u00e9rio Correia (MG)<\/li>\n
• Rubens Otoni (GO)<\/li>\n
• Rui Falc\u00e3o (SP)<\/li>\n
• Valmir Assun\u00e7\u00e3o (BA)<\/li>\n
• Vander Loubet (MS)<\/li>\n
• Vicentinho (SP)<\/li>\n
• Waldenor Pereira (BA)<\/li>\n
• Z\u00e9 Neto (BA)<\/li>\n
• Zeca Dirceu (PR)<\/li>\n<\/ul>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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