Jornalista Rodrigo França comenta terceiro triunfo do australiano no ano; com calma, frieza e bom carro, piloto da McLaren tem se destacado na briga com Verstappen e Norris
O Mundial de F1 tem um novo líder e precisamos dizer: já era mais do que merecido Oscar Piastri aparecer em primeiro na tabela de pontos da temporada 2025.
Não apenas por ser o primeiro piloto a vencer três provas no ano das cinco disputadas até aqui. Mas enquanto a RBR da Max Verstappen oscila a cada corrida e Lando Norris, seu companheiro de equipe na McLaren, comete erros em momentos decisivos, o australiano faz um ano digno de campeão.
Mostrando frieza nas horas certas, Piastri venceu após Verstappen cair na armadilha de tentar a todo custo impedir que o piloto da McLaren fizesse a primeira curva em primeiro lugar. Afinal, “ar limpo” hoje na F1 é o grande trunfo para quem quer ficar com a vitória e, se isso acontecesse logo após a largada, o holandês sabia que seria muito difícil acompanhar o ritmo da McLaren.
Os dois chegaram literalmente lado a lado na curva 1. No importante jogo psicológico para quem quer ser campeão, o jovem aspirante ao título não hesitou – e manteve sua McLaren na parte de dentro. Atual tetracampeão do mundo, Verstappen fez o que costuma fazer com todos seus adversários – intimidar até o último décimo de segundo e até o último metro de freada.
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Max Verstappen e Oscar Piastri disputam liderança na largada do GP da Arábia Saudita — Foto: Alex Pantling/Getty Images
Como não conseguiu, optou por passar reto na curva 1 a assim “manter” a liderança na visão dele. Mas o “VAR” da FIA viu diferente – Max deveria ter devolvido a posição para Piastri e, como acabou não fazendo isso, levou cinco segundos de punição. Sim, uma diferença bem maior do que o ganho do holandês por seguir reto, mas essa é a regra e, por mais que Verstappen e a RBR tenham achado ruim, o fato é que ali foi decidido o GP da Arábia Saudita de F1 a favor de Piastri e McLaren.
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Max Verstappen corta chicane após largada no GP da Arábia Saudita — Foto: Rudy Carezzevoli/Getty Images
A punição foi determinante para sacramentar o resultado final do GP porque Piastri, tendo o carro mais rápido do final de semana e sabendo que o Verstappen ia cumprir esses cinco segundos no box, não precisava atacar o holandês – bastava estar a cerca de dois ou três segundos dele e a ultrapassagem ocorreria na parada obrigatória do box.
Outro destaque da corrida foi o pódio de Charles Leclerc, que chegou na terceira colocação, mostrando um pouco de melhora da Ferrari. Pouco mesmo, porque Lewis Hamilton ainda está sofrendo bastante na escuderia de Maranello. Já a Mercedes não mostrou a mesma velocidade do treino classificatório no ritmo de corrida, mas ainda assim é a equipe vice-líder da temporada 2025.
E Lando Norris? A quarta colocação foi uma boa forma de minimizar os danos pelo erro do treino classificatório ontem em Jeddah. Foram boas ultrapassagens, ritmo de prova parecido com Piastri, mas ele viu a liderança do Mundial ir para as mãos de seu companheiro de equipe. E com uma desvantagem de dez pontos.
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Lando Norris após o GP da Arábia Saudita da F1 2025 — Foto: Kym Illman/Getty Images
O pior nem é a tabela – e sim ver que o momento do Mundial é todo de Piastri até aqui. A reação do britânico precisa vir urgente, de preferência já na próxima etapa, em Miami, onde ele por sinal venceu pela primeira vez na F1 e colocou a McLaren novamente na evidência do campeonato – foi na corrida norte-americana, em maio do ano passado, que eles arrancaram rumo ao título de construtores de 2024.
Sobre o Gabriel Bortoleto, não tivemos muita novidade em relação ao que vimos nas provas anteriores. Com um carro bem instável, que sai de frente, ou seja, não aponta e entra bem nas curvas, tornando-o assim mais lento, os dois pilotos da Sauber ficaram longe dos pontos mais uma vez.
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Bortoleto quase se envolve em acidente com Alonso no GP da Arábia Saudita — Foto: Sam Bloxham/LAT Images
A entrevista ao final da corrida mostrou um Bortoleto mais resignado, levantando os pontos positivos da experiência de prova e, por este aspecto, a prova na Arábia Saudita pode ter sido boa para o brasileiro, entendendo que seu momento na F1 é andar sempre perto de Hulkenberg, aprender o máximo possível e focar em 2026 com a transformação de seu atual time em Audi.
E que F1 vamos encontrar em Miami? Certamente com McLaren forte novamente, mas com Verstappen “engasgado” com a perda da vitória “pelo VAR” e Ferrari e Mercedes lutando para entrar nesta disputa. Mas uma coisa é certa: até aqui, ninguém está fazendo mais jus ao título de campeão mundial de F1 em 2025 do que Oscar Piastri.
Fonte: ge