Treinador domina jogo com substituição que levou Nonato a campo e faz Tricolor emplacar seu melhor início de Campeonato Brasileiro desde 2017
Claro, faltava um adversário que certificasse esse excelente momento. Bragantino e Santos são equipes que dificilmente lutarão pela parte alta da tabela. San José, da Bolívia, tem nível muito abaixo. Todos esses jogos foram no Maracanã. Então, veio o Corinthians: campeão paulista e em alta. Fora de casa, diante de um adversário que sempre aparece como um dos melhores mandante do Brasileirão, teve uma vitória para não colocar defeito.
O destaque para Renato também existe pelos méritos por ler bem a partida e vencer Ramon Díaz no duelo tático. Se a escolha inicial foi por ter superioridade numérica no meio-campo para fugir da pressão, a do segundo tempo foi ainda melhor pelas boas alterações — principalmente a entrada de Nonato. Ao mesmo tempo que conseguiu levar perigo ao Corinthians, foi pouco ameaçado na defesa.
— Essa confiança que tenho passado para eles é bom. Quando você entra em campo com a confiança do treinador, você rende mais. Nós trabalhamos num grande clube e somos cobrados. Houve entrega do time em todos os setores, na parte física, técnica e tática. Parabenizei eles no vestiário. É sempre muito difícil vir aqui e ganhar do Corinthians. Mas o time hoje fez mais um jogo brilhante e de inteligência. — declarou Renato.
Taticamente falando, o maior mérito do Fluminense no início da partida foi conseguir conter o meio-campo do Corinthians. Bernal, hoje titular, Martinelli e Lima, fizeram uma espécie de tripé na linha de volantes e conseguiram bloquear o jogo interno de Carillo e Memphis Depay. Com superioridade numérica no setor, evitaram ser extremamente pressionados.
Isso não significa que o Corinthians não conseguia escapar, claro. Quando Breno Bidon, principalmente, subia e alguém da frente não acompanhava, as jogadas de perigo saiam. Numa delas, Depay obrigou Fábio a fazer uma grande defesa. Mas isso não mudou que a formação, com Lima mais recuado no momento de defender e Arias mais centralizado, funcionou.
Outra boa notícia veio da linha de zaga. Sem Thiago Silva, Ignácio fez dupla com Freytes e os dois foram bem. Foram beneficiados pelos cruzamentos excessivos do Corinthians e conseguiram ter ótimo desempenho. É uma boa notícia, tendo em vista que o camisa 3 ficará até um mês afastado dos gramados.
Do outro lado, faltaram opções para o ataque. Com Arias mais centralizado, Canobbio e Cano eram as opções mais à frente. O argentino voltava mais para puxar jogo e o uruguaio, aberto na esquerda, não teve boa atuação. Aliás, é preciso abrir a discussão sobre a sua titularidade. Desde a chegada de Renato Gaúcho, ele ainda não conseguiu corresponder. Lima, elogiado pela boa função defensiva, também não conseguiu entregar mais no ataque.
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Renê comemora gol do Fluminense contra o Corinthians Campeonato Brasileiro Série A 2025 — Foto: Fabio Giannelli/AGIF
Então, Renato fez a substituição decisiva: tirou Lima e colocou Nonato, já no intervalo. Foi uma escolha sábia. O tripé defensivo se manteve, o que manteve o Corinthians sem ter grandes chances de gol, mas o volante conseguiu fazer bem o elo com o ataque e foi uma válvula de escape. O Fluminense cresceu de produção e o Corinthians seguiu inoperante.
— Nonato entrou bem, fechou espaço, ajudou nosso meio. É um garoto que nos dá muitas opções. Sabia que ele ia fazer bem esse papel. O Lima não foi o jogador que a gente conhece porque teve febre no dia do jogo. Ele já tinha sido medicado antes mesmo da partida. Agora de novo. Sabia que ele não iria aguentar o tempo todo. Estava bastante desgastado. Achei melhor colocar o Nonato como ele deu completou Renato.
O primeiro gol do Fluminense nasce num chutaço de Renê, mas já dava para dizer que o Tricolor merecia abrir o placar antes. Não foi por acaso. Com Nonato mais à frente, Arias teve liberdade para voltar para a sua posição de origem e Cano passou a ficar perto da grande área, também subindo de nível.
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Jogadores do Fluminense contra o Corinthians — Foto: Marcos Ribolli
Outra troca que foi efetiva e imediata foi a entrada de Serna, essa por mais demérito de Joseph Martinez, do Corinthians, do que tanto pelo colombiano. Um pisão em cima da linha fez Arias ir à marca do pênalti e anotar o segundo gol. Com a vitória garantida, o Fluminense ficou mais perto de fazer o terceiro gol do que o Corinthians de descontar.
Os números falam por si. Com Marcão e Renato Gaúcho, o Fluminense soma cinco vitórias em cinco jogos. São 11 gols marcados e apenas um gol sofrido. Mesmo com pouco tempo para treinos, agora há a certeza de que o trabalho está sendo construído se direcionada para um caminho positivo. Ainda é cedo para fazer previsões, mas o momento é outro.