DA REPORTAGEM LOCAL
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado dia 12 deste mês, apontam Porto Velho, entre as capitais, como líder no número de estupro/estupro de vulneráveis, por taxas de 100 mil habitantes no país. Entre as cidades, a capital de Rondônia aparece em segundo lugar no ranking nacional, atrás de apenas de Sorriso, no interior de Mato Grosso. No total, 113,6 casos foram registrados para cada mil habitantes em 2023, mostra o Anuário.
De acordo com o estudo publicado pelo Anuário, o Brasil registrou um estupro a cada seis minutos em 2023, totalizando 83.988 casos de estupros e estupros de vulneráveis, um crescimento de 6,5% em relação a 2022. Os dados mostram ainda que as mulheres são a maioria das vítimas. Os crimes acontecem mais no ambiente familiar, mostra o estudo. O anuário mostrou, também, números da série histórica entre 2011 e 2023, que aponta um crescimento de 91,5% na incidência de estupros no Brasil.
Além do recorde em estupros, a publicação aponta o aumento dos registros em todas as modalidades de violência contra a mulher no país e mostra que o perfil dos agressores é constante: quase a totalidade é homem – algo que pode parecer óbvio sobretudo para as mulheres, mas, como defende o Fórum, é preciso ser lembrado principalmente quando se pensa em políticas públicas para prevenir esse crime.
Dos 83.988 casos registrados em 2022, 76% correspondem ao crime de estupro de vulnerável. Ou seja, são menores de 14 anos, de acordo com a legislação brasileira. O Anuário mostra ainda quais são as 50 cidades mais violentas do Brasil com população acima de 100 mil habitantes no ano de 2022.
De acordo com os números publicados pelo Anuário 2024, das cinco cidades apontadas com os maiores índices de estupros por taxas para cada 100 mil habitantes, três são da Região Norte do país e duas do Centro-Oeste: Sorriso (MT) 113,9; Porto Velho (RO) 113,6; Boa Vista (RR) 110,5; Itaituba (PA) 100,6 e Dourados (MS) 98,6.
O mesmo estudo aponta ainda que, de acordo com os dados coletados em todo país, o perfil das vítimas não mudou em relação aos anos anteriores. A maioria das vítima é formada por meninas, num total de 88,2% e negras, 52,2%, de no máximo 13 anos 61,6%. O Anuário aponta que se mantém a autoria e local do crime. Em 84,7% casos os agressores são familiares ou conhecidos, que cometem a violação nas próprias residências das vítimas (61,7%). As vítimas de até 17 anos compõem 77,6% de todos os registros.
**Com informações do Anuário Brasileiro de Segurança Pública