Diligência sobre homicídio da vereadora chega à Corte por causa da suposta participação de autoridade com foro. Ministro Alexandre de Moraes será o relator
A investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo fontes da Polícia Federal consultadas pelo Correio, as diligências foram encaminhadas à Corte pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque há suspeita do envolvimento de um deputado federal — cargo com direito a foro privilegiado. O ministro Alexandre de Moraes foi sorteado relator.
O foco das autoridades é determinar quem foi o mandante do assassinato, que completou seis anos nesta quinta-feira. Até agora, a apuração localizou os supostos executores.
As autoridades com foro privilegiado, ou seja, que são julgadas pelo Supremo, são presidente da República; vice-presidente; ministros; senadores; deputados federais; e integrantes dos tribunais superiores, como o STJ, o STF e o Tribunal Superior Eleitoral; além de membros do Tribunal de Contas da União e de embaixadores.
Na quarta-feira, a memória de Marielle sofreu mais um duro ataque da extrema-direita. O PSol avalia entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado bolsonarista Éder Mauro (PL-PA) por seu comportamento na Comissão de Direitos Humanos.
O parlamentar fez uma ofensiva contra a deputada Talíria Petrone (PSol-RJ), com gritos, palavrões, batendo na mesa e disparando ofensas a Marielle. O Correio gravou o episódio em vídeo. “Marielle Franco acabou, p*. Acabou, acabou. Não tem p* nenhuma aqui”, gritava Mauro, apontando o dedo para a deputada.
Em nota, o PSol classificou a postura do bolsonarista de “totalmente incompatível com o que se espera de um parlamentar em um regime democrático”.
Para o partido, Mauro foi “extremamente desrespeitoso com a memória de Marielle Franco, covardemente assassinada por causa de sua atuação parlamentar, além de agredir seus colegas da Câmara dos Deputados, que, ainda que representem ideologia diferente da dele, têm o pleno direito à manifestação político-partidária nos termos do regimento interno da Casa, mas foram atacados com agressões verbais e desatinos em uma reação completamente destemperada e incompatível à conduta adequada em uma casa de leis”.
Em nota, o PSol classificou a postura do bolsonarista de “totalmente incompatível com o que se espera de um parlamentar em um regime democrático”.
Para o partido, Mauro foi “extremamente desrespeitoso com a memória de Marielle Franco, covardemente assassinada por causa de sua atuação parlamentar, além de agredir seus colegas da Câmara dos Deputados, que, ainda que representem ideologia diferente da dele, têm o pleno direito à manifestação político-partidária nos termos do regimento interno da Casa, mas foram atacados com agressões verbais e desatinos em uma reação completamente destemperada e incompatível à conduta adequada em uma casa de leis”.
Em frente à Câmara de Vereadores do Rio, houve um ato comandado pela vereadora Mônica Benício (PSol-RJ), viúva de Marielle. “Além da tristeza, ainda permanece a indignação de chegar ao marco de seis anos de um assassinato como esse sem essa resposta, é dizer que esse tipo de violência ainda é aceito na nossa sociedade com outras Marielles”, afirmou em discursou.
*Estagiário sob a supervisão de Cida Barbosa