O estudo sobre a implementação da tafenoquina (TRuST), na Amazônia brasileira foi publicado no Lancet Global Health, fornecendo evidências encorajadoras sobre a viabilidade operacional de introduzir tafenoquina, em dose única, para tratamento da malária em unidades de Saúde. Segundo o titular da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Jefferson Rocha, a pesquisa foi liderada pela Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, em Manaus (AM), e o Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem), em Porto Velho.
Os resultados do estudo, patrocinado pelo Ministério da Saúde (MS), foram publicados no dia 14 de fevereiro de 2024. Segundo o diretor do Cepem, Dhélio Pereira, o medicamento alcançou a expectativa para o tratamento. “A duração da ação da tafenoquina é uma das suas vantagens. Enquanto a primaquina, um medicamento mais convencional no tratamento, requer o uso por 7 ou 14 dias, a tafenoquina pode ser ingerida em uma única dose, aumentando assim, as possibilidades de cura do paciente”, explicou.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, o progresso contínuo na pesquisa de medicamentos beneficia a população, ao oferecer opções mais seguras, eficazes e acessíveis, contribuindo para a melhoria da saúde e qualidade de vida da população.
ESTUDO
O uso do medicamento resultou em eficácia de 99,7% no tratamento
A malária é uma doença infecciosa, febril e aguda, comum nos estados da região Amazônica. Sua transmissão ocorre pela picada de mosquitos do gênero Anopheles, contaminados com o protozoário do gênero Plasmodium. As picadas do mosquito geralmente ocorrem entre o período do anoitecer e amanhecer, e a incubação da doença costuma ser de 7 a 14 dias.
Segundo estudo publicado pelo Cepem, entre 9 de setembro de 2021 e 31 de agosto de 2022, os dados coletados de mais de 6 mil pacientes, em 43 unidades de saúde em Manaus e Porto Velho, foram analisados no estudo observacional não intervencionista. Um total de 2.685 desses pacientes receberam o medicamento tafenoquina (Tafenoquine Roll-oUt Study’’ (TRuST), o que resultou em eficácia de 99,7% no tratamento.