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Governo de RO participa do Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global
Rondônia participou do Fórum Internacional sobre Governança na Era Digital, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em Fortaleza (CE), entre os dias 11 e 13 de junho. O evento reuniu autoridades nacionais e internacionais, pesquisadores, gestores públicos e representantes de organizações multilaterais para debater os desafios da transformação digital, a produção de dados estratégicos e a construção de políticas públicas no contexto dos países do Sul Global.
Em parceria com o Governo do Ceará e apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Fórum contou com a presença de delegações dos países do BRICS, Mercosul e CPLP, com destaque para representantes da Angola, África do Sul, Colômbia, China, Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Índia, Equador, Indonésia, Moçambique, Rússia, São Tomé e Príncipe e Uruguai.
Representando o Governo de Rondônia, a secretária de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (Sepog), Beatriz Basílio, integrou as discussões e destacou o compromisso do estado com a modernização da gestão pública e o fortalecimento da soberania de dados como ferramenta para o desenvolvimento regional sustentável. “Estamos empenhados em fortalecer um sistema de dados mais justo e sensível às realidades da Amazônia e das populações locais. A troca de experiências com os países do Sul Global amplia nossa visão e nos inspira a construir políticas públicas mais eficazes e alinhadas às nossas necessidades”, afirmou.

Rondônia participou das discussões realizadas durante o Fórum
Os discursos ressaltaram o papel da cooperação internacional na construção de sistemas estatísticos mais inclusivos, capazes de enfrentar as desigualdades históricas do Sul Global, especialmente diante dos avanços tecnológicos e da crescente digitalização.
O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, abriu os trabalhos reforçando a urgência de repensar os sistemas estatísticos frente às transformações digitais. Já Michelle Muschett, diretora regional do PNUD para a América Latina e Caribe, apresentou os temas centrais do Relatório de Desenvolvimento Humano 2025, destacando a importância de dados que reflitam as complexas realidades dos países do Sul Global.
COOPERAÇÃO, JUSTIÇA TERRITORIAL E SOBERANIA DIGITAL
No segundo dia de programação, os temas centrais giraram em torno da soberania dos dados, justiça territorial e cooperação Sul-Sul. Durante o painel “Cooperação Sul-Sul na Era Digital”, instituições estatísticas de Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Uruguai, Colômbia, Equador e Brasil compartilharam experiências e metodologias sensíveis às desigualdades e à diversidade socioterritorial.
O IBGE também lançou a nova Grade Estatística 2022, atualizada com os dados do Censo Demográfico, e conduziu oficinas práticas sobre o uso das plataformas digitais do instituto, promovendo a capacitação de técnicos e gestores públicos.
Na mesa “O Dado é Nosso!”, organizada pela CearaPar, foram debatidas políticas públicas orientadas pelo bem comum e formas de redistribuição de valor na economia de dados, reunindo poder público, academia e sociedade civil.
Durante o dia, oito mesas temáticas abordaram indicadores para infância, turismo, favelas, orçamento familiar, pessoas com deficiência, saneamento, entre outros temas essenciais à formulação de políticas públicas baseadas em evidências.
JUVENTUDE, INOVAÇÃO E GOVERNANÇA
O último dia do evento consolidou o Fórum como espaço estratégico para articulação e inovação no Sul Global. A plenária principal tratou da construção de indicadores sobre juventude, abordando aspectos como saúde mental, participação política, cultura e inclusão digital. O painel foi organizado pela Secretaria Nacional da Juventude em parceria com IBGE, PNUD e o Fórum de Jovens Pesquisadores do Sul Global.
Ao longo do dia, mais de 15 mesas temáticas abordaram questões emergentes da era digital, como:
- Soberania e segurança de dados, frente à padronização internacional;
- Novas profissões e pobreza infantil multidimensional;
- Governança de ativos sustentáveis, como a tokenização da água com uso de blockchain;
- Inovação, gênero, mobilidade e ética no uso de big data e IA, com foco em transparência e inclusão.
Houve ainda oficinas e diálogos diplomáticos de alto nível, envolvendo o Mercosul, a CPLP e o PNUD. A experiência cearense com o programa “Ceará um Só” também foi apresentada como modelo de gestão pública digital integrada.

Discursos ressaltaram o papel da cooperação internacional
No encerramento, foi anunciada a criação de um grupo permanente do Triplo Fórum, com encontros periódicos e edições bianuais sediadas no Ceará. A secretária Beatriz Basílio reforçou o papel dos dados para o desenvolvimento da Amazônia e de territórios do Sul Global. “A governança digital deve ser um instrumento para fortalecer as políticas públicas no Sul Global, garantindo que os dados reflitam as realidades locais”, afirmou.
O governador Marcos Rocha também celebrou a presença de Rondônia no evento. “Este Fórum representa um avanço decisivo para Rondônia e para toda a região. Estar ao lado de nações estratégicas fortalece nossa capacidade de enfrentar os desafios do futuro com mais preparo, equidade e inteligência.”
A diversidade cultural marcou o encerramento do Fórum, com apresentações que celebraram as expressões artísticas do Sul Global como vetores de transformação. Com essa terceira jornada, o evento reafirma seu compromisso com uma governança digital inclusiva, soberana e baseada em evidências, a partir das realidades e prioridades dos países do Sul Global.
