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Economia

Dólar opera em queda, reagindo a pressões contra alta do IOF e a bloqueio do tarifaço de Trump

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O dólar opera em queda de 0,36% nesta quinta-feira (29), cotado a R$ 5,6747 às 9h23. O Ibovespa só começa a operar após as 10h.

▶️ O mercado financeiro global reage à decisão da Justiça dos Estados Unidos de bloquear, com efeito imediato, a maioria das tarifas estabelecidas pelo presidente americano Donald Trump, incluindo as taxas recíprocas aplicadas para mais de 180 países no início de abril. Investidores costumam ver com bons olhos medidas que aliviam o tarifaço, por entenderem que elas reduzem o risco de uma recessão global. (leia mais abaixo)

▶️ No Brasil, porém, as atenções ainda estão voltadas às pressões para o governo revogar o aumento do IOF. Já são mais de 20 propostas no Congresso tentando derrubar a medida. Na quarta-feira, o ministro Fernando Haddad alertou os presidentes da Câmara e do Senado que, sem os R$ 20 bilhões previstos com a alta do imposto, será preciso fazer novos cortes no Orçamento.

▶️ Além disso, o mercado aguarda a divulgação da taxa de desemprego de abril (Pnad Contínua), após os dados do Caged mostrarem a criação de 257,5 mil vagas formais — acima do esperado. Investidores acompanham de perto esses dados porque, no cenário atual, um mercado de trabalho forte pode dificultar o controle da inflação e adiar cortes de juros pelo Banco Central.

▶️ No noticiário corporativo, as ações da fabricante de chips de IA Nvidia subiram após uma receita trimestral mais forte do que o esperado. Outro destaque é queda das ações da Azul, que entrou com um pedido de recuperação judicial nos EUA e teve seus papéis excluídos dos índices da B3.

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Entenda abaixo como cada um desses fatores impacta o mercado.

Bloqueio do tarifaço de Trump

 

O Tribunal do Comércio Internacional bloqueou, na noite desta quarta-feira (28), a maioria das tarifas impostas por Donald Trump desde janeiro a mais de 180 países.

Na decisão, os magistrados afirmam que o presidente excedeu sua autoridade ao impor, com base em uma lei de poderes emergenciais, taxas generalizadas sobre produtos importados de diversos países. A Casa Branca disse que já recorreu da decisão.

O bloqueio é visto de forma positiva pelos investidores, uma vez que entendem que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global.

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Assim, com o alívio da guerra tarifária, os futuros de Wall Street subiram e o dólar americano se fortaleceu.

“Esta decisão é um acontecimento importante e enfraquecerá o poder de barganha de Trump em suas negociações em andamento com os principais parceiros comerciais dos EUA”, disseram analistas do Banco Nacional do Kuwait em nota.

“Se a decisão for mantida, será um grande acontecimento positivo para os EUA e a economia global.”

O governo federal tem enfrentado forte pressão para revogar o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), um tributo federal cobrado pelo governo sobre uma série de operações que envolvem dinheiro, principalmente empréstimos e câmbio. (leia mais)

A medida foi anunciada na semana passada, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano, com o objetivo de equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.

Desde então, a oposição e alguns parlamentares da base têm se articulado para derrubar a medida com um Projeto de Decreto Legislativo (PDL). Até agora, já foram apresentadas 22 propostas deste tipo: 20 na Câmara e 2 no Senado.

Apesar do clima de insatisfação, o ministro Fernando Haddad afirmou que a revogação não está em discussão no momento.

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Na noite de quarta-feira, ele se reuniu com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para explicar as consequências fiscais da eventual queda do decreto. Segundo ele, sem os R$ 20 bilhões esperados com a alta do IOF, o governo teria de promover novos cortes no Orçamento.

“Em nenhum momento se discutiu revogação da medida. O que está sendo discutido é como tratar o tema com responsabilidade, olhando para o equilíbrio fiscal e institucional do país”, disse o ministro.

Horas antes, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, havia admitido que a equipe econômica iria se “debruçar sobre alternativas” que possam substituir o aumento do imposto.

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, chegou a afirmar que a avaliação do setor financeiro é que o equilíbrio das contas públicas “não deve vir de aumento de impostos, sobretudo regulatórios [como o IOF]”.

Mercado de trabalho

 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar a Pnad Contínua de abril nesta quinta-feira, com dados sobre o mercado de trabalho formal e informal no país.

Na quarta, o Ministério do Trabalho divulgou o Caged, que apontou a criação de 257,5 mil vagas formais em abril, um aumento de 7,3% em comparação ao mesmo mês de 2024 e o maior resultado para o período na série histórica do Novo Caged, que contabiliza os dados a partir de 2020.

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Em relação aos 12 meses anteriores, o saldo de abril ficou atrás apenas do de fevereiro, que foi atipicamente elevado, com criação de 438.871 vagas. Já em abril de 2024, foram abertos 239.886 postos.

No acumulado do ano, o saldo positivo é de 922.362 postos de trabalho, o segundo resultado mais elevado da série histórica do Novo Caged, atrás apenas de 2024, com abertura de 965.818 vagas no mesmo período.

Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a trajetória dos resultados deste ano indica que o saldo total de vagas de 2025 deve ficar “um pouquinho menor” do que o de 2024.

Outro destaque da agenda econômica desta semana é a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, na sexta-feira (30).

Fonte: g1

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