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Variedades

Carteiro de RO diz que pedalou distância equivalente a quase três voltas ao redor da Terra em menos de cinco anos

O que começou como uma sugestão para melhorar a saúde acabou virando um modo de viver. Aos 55 anos, Sérgio Rezende, funcionário dos Correios e natural de Caçu (GO), decidiu trocar o descanso pelas longas estradas do país, sempre sobre duas rodas. Desde 2020, o servidor público encontrou no ciclismo um caminho para superar a diabetes e, de quebra, redescobriu o Brasil pedalando.

Com a ajuda de um aplicativo no celular, ele registra cada trecho percorrido — um verdadeiro diário digital que contabiliza cerca de 114 mil quilômetros rodados, o equivalente a quase três voltas ao redor da Terra. Tudo isso conciliado com o trabalho em uma pequena agência dos Correios em Ministro Andreazza (RO), onde atua como único funcionário.

A rotina é intensa: das 7h às 17h, Sérgio cumpre expediente, e nos momentos livres, principalmente à noite, chega a pedalar até 40 quilômetros. Já nos fins de semana e feriados, os trechos são mais longos — às vezes, ultrapassando os 200 km por dia.

Em suas jornadas, o ciclista já explorou os 52 municípios de Rondônia, cruzou dez estados brasileiros e passou ainda por Argentina, Paraguai e Uruguai. Um dos trajetos mais recentes durou 33 dias e percorreu diversas regiões do país. Começando em Cascavel (PR), ele passou por locais como Chuí, Serra do Rio do Rastro, Florianópolis, Curitiba, Sorocaba, Campinas e Brasília.

Nem mesmo os imprevistos atrapalharam o aventureiro: durante essa última viagem, ele enfrentou 24 furos de pneu e chegou a ter a corrente da bicicleta quebrada. “Essas coisas fazem parte do caminho. O importante é seguir pedalando”, diz Sérgio, que encara cada obstáculo como mais um capítulo da sua jornada.

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A paixão pela bicicleta nasceu como uma alternativa aos medicamentos, depois que uma amiga sugeriu a atividade física como forma de controlar a diabetes. De entregador de correspondências a ciclista por escolha, ele agora afirma sentir-se curado — e, mais importante, livre.

A liberdade, aliás, é a principal motivação de Sérgio. “Posso estar cheio de problemas, mas é só subir na bicicleta que tudo desaparece. Se eu parar, tenho que voltar a tomar remédio, e isso eu não quero”, comenta.

Durante suas viagens, ele também coleciona momentos especiais. Em Brasília, por exemplo, foi recebido pessoalmente pelo presidente dos Correios, em uma homenagem surpresa que emocionou o ciclista. No interior de Goiás, reencontrou familiares e amigos após anos longe de casa.

Apesar das longas distâncias já percorridas, Sérgio ainda tem planos ambiciosos: pretende conhecer todas as capitais brasileiras, viajando do Oiapoque ao Chuí. “Meu sonho é conhecer cada canto do país. Cada lugar tem uma cultura, uma história. Isso é o que me faz feliz”, resume.

Para ele, a verdadeira recompensa está no próprio caminho: “Viajar de bicicleta me dá uma sensação de liberdade que não tem preço”.

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