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Análise: Corinthians dá vexames e precisa de correção de rota dentro e fora de campo

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Corinthians vem dando vexames nos últimos dias. Numa semana o presidente e ex-diretores são indiciados por associação criminosa, furto e lavagem de dinheiro. Na outra, após um traumático processo de impeachment, os novos e provisórios comandantes dizem não ter encontrado dinheiro no caixa de um clube que fatura mais de R$ 1 bilhão por ano.
Neste contexto, a eliminação precoce na Copa Sul-Americana parece uma vergonha bem menor para o Corinthians, embora ainda bastante constrangedora pela forma como se passou. Derrotado por 1 a 0 pelos reservas do Huracán nesta terça-feira, na Argentina, o time terminou a fase de grupos em terceiro lugar, tendo vencido apenas o Racing do Uruguai, saco de pancadas da chave.

Com uma folha salarial na casa de R$ 25 milhões por mês, o Timão não conseguiu passar da segunda fase da Conmebol Libertadores nem chegar ao menos ao playoff da Sul-Americana. Não se pode normalizar isso.

Impossível precisar em que medida os problemas extracampo afetam no rendimento da equipe, mas é inegável que isso acontece.

Porém, há também questões técnicas e táticas que precisam ser resolvidas com urgência.

Em Buenos Aires, Dorival Júnior apostou em uma formação que deixou o time em apuros para criar. Com Félix Torres novamente na lateral direita, o Corinthians fazia uma saída com três zagueiros, adiantava um pouco Angileri e tinha à frente de Raniele três jogadores: José Martínez, Breno Bidon e André Carrillo.

Porém, nenhum desses meio-campistas esteve bem. Cada um tem sua responsabilidade, é claro, mas o esquema também não os beneficiou. Já ficou claro, por exemplo, que Carrillo vai melhor jogando mais por dentro e não colado à linha lateral.

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Neste cenário, a bola chegou muito pouco a Memphis Depay e Romero, que estiveram extremamente apagados.

Dorival notou as dificuldades e tentou corrigir no intervalo, com a entrada de Talles Magno no lugar de Martínez. Porém, logo no primeiro minuto, a defesa alvinegra deu bobeira, e o Huracán abriu o placar.

Corinthians sentiu o golpe. Se no primeiro tempo a equipe não era brilhante, pelo menos conseguia ficar mais com a posse e tinha um certo controle da partida. Na etapa final, nem mesmo isso aconteceu.

A entrada de Garro, aos 11 minutos, voltando a jogar depois de dois meses, fez o Timão melhorar, mesmo que timidamente. Dorival fez outras trocas: colocou Matheuzinho, Igor Coronado, Maycon… e mesmo com o time precisando de um gol não tirou Héctor Hernández do banco.

O trabalho do treinador ainda é muito incipiente e começa em meio a uma maratona de jogos, que limita a realização de treinos táticos. Até por isso ele deveria manter coisas que vinham dando certo, como o esquema com um losango no meio de campo.

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O desempenho desde o título paulista é decepcionante, e o Corinthians precisa de uma correção de rota rápida. A volta de Garro e a pausa durante a Copa do Mundo de Clubes são um alento.

Porém, a maior mudança do clube precisa ser em sua gestão. É urgente aprimorar os mecanismos de governança, dar maior transparência às decisões administrativas e acabar com o fisiologismo e compadrio em troca de apoio político. Também é necessário reduzir custos, investir na base, gastar com mais eficiência e buscar soluções para lidar com o alto endividamento, na casa de R$ 2,5 bilhões.

Caso contrário, os vexames se repetirão. Dentro e fora das quatro linhas.

Fonte: ge

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