Porto Velho, RO, 22 de maio de 2025 07:14

No Senado, Confúcio Moura faz apelo por investimento em ciência e defesa da Amazônia: “Temos uma floresta que fala”

Em um pronunciamento marcante no dia em que completou 77 anos, nesta sexta-feira (16) o senador Confúcio Moura (MDB-RO) usou a tribuna do Senado Federal para defender mais investimentos em pesquisa científica, valorização da bioeconomia e maior integração dos brasileiros com a Amazônia — uma região que, segundo ele, ainda é amplamente desconhecida pela própria população do país.

“O brasileiro conhece Paris, Londres, Orlando, mas não conhece a Amazônia. Dois terços do território nacional ainda são um mistério para grande parte da população”, afirmou o senador. Ele destacou que a floresta amazônica abriga uma biodiversidade única no mundo e possui um enorme potencial econômico e ambiental, que deve ser explorado de forma sustentável.

Ao citar exemplos da força da bioeconomia regional, Confúcio mencionou o sucesso do açaí, que se tornou um produto global, e outras riquezas como o pirarucu — conhecido como o “bacalhau da Amazônia” — e o manejo sustentável do jacaré. “Isso é apenas o começo. Existem inúmeras possibilidades econômicas sustentáveis na Amazônia, desde que se invista com responsabilidade e visão de futuro”, ressaltou.

O senador também lembrou da criação do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), nos anos 1990, como uma iniciativa promissora que perdeu força devido à falta de recursos. Para ele, é urgente retomar e ampliar os investimentos em ciência e tecnologia na região, incorporando inclusive os saberes tradicionais dos povos indígenas e comunidades locais. “Temos uma floresta que fala, que se comunica, que coopera. É um ecossistema riquíssimo e ainda subaproveitado cientificamente”, afirmou.

Confúcio criticou o enfraquecimento de instituições estratégicas, como a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), e defendeu a descentralização dos recursos da Suframa para universidades e centros de pesquisa regionais. “Não se pode contingenciar recursos de uma região marcada pela pobreza e com os piores indicadores sociais do país. É preciso uma política firme, contínua e comprometida com o futuro da Amazônia.”

Encerrando sua fala, o senador fez um alerta sobre os impactos cada vez mais extremos das mudanças climáticas, como secas prolongadas, enchentes violentas e queimadas devastadoras. “A Amazônia é frágil, mas essencial para o equilíbrio climático do planeta. Não somos donos do mundo, somos passageiros. Cabe a nós proteger esse patrimônio inestimável da humanidade.”