Porto Velho, RO, 22 de maio de 2025 17:36

Minerais estratégicos estão no centro de debate; fique atento

Especialistas e autoridades discutem os desafios da agenda de metais essenciais para alavancar o desenvolvimento do país, em evento do jornal, no próximo dia 13, com presença de especialistas e autoridades

O Brasil desponta como um dos principais protagonistas na corrida global por minerais estratégicos, ou críticos, que são considerados essenciais no uso de tecnologias de energia limpa, como baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas e painéis solares. Com reservas abundantes e diversificadas, o país possui potencial para liderar a cadeia de suprimentos desses insumos estratégicos, fundamentais para enfrentar a emergência climática e impulsionar o desenvolvimento econômico.
“Os desafios da agenda de minerais estratégicos para o Brasil” é o tema da próxima edição do Correio Talks, realizado pelo Correio, em parceria com o Instituto Escolhas, no próximo dia 13, a partir das 9h30, na sede do jornal. Com a participação de especialistas e autoridades na área, o debate tem como objetivo discutir sobre a importância dos metais raros para a economia do Brasil e do mundo, assim como sobre a extração ilegal de ouro.

Conforme dados da Agência Internacional de Energia (IEA), a demanda por minerais estratégicos, como lítio, grafite, níquel, cobalto, cobre e terras-raras deve crescer entre quatro a seis vezes até 2040, impulsionada pela transição energética global. Nesse contexto, o Brasil tem a capacidade de ser um dos líderes nesse processo, por deter 94% das reservas mundiais de nióbio, além de 22% de grafite, 17% de terras-raras e 16% de níquel, posicionando-se como um fornecedor estratégico desses recursos.

Na avaliação do presidente da Comissão de Direito Minerário da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF), Frederico Bedran, esses elementos são fundamentais para a economia verde, “seja para baterias, seja para motores elétricos, seja para painéis solares, para as turbinas eólicas”. “Sem esses minerais, não ocorrerá a transição energética. Essa é a verdade.”

Atualmente, o Brasil possui cerca de 50 projetos de mineração voltados para a transição energética, com investimentos que superam R$ 18 bilhões. Em 2023, as exportações do setor atingiram R$ 4,2 bilhões e devem crescer nos próximos anos. Além disso, estudos indicam que, com investimentos adequados, o setor de minerais críticos pode adicionar R$ 243 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro até 2050.

Potencial geológico

Para o especialista, o Brasil tem um potencial geológico enorme, além de segurança jurídica e uma boa posição dentro da disputa geopolítica atual entre China e Estados Unidos, por conta da sua neutralidade na diplomacia. “Ele se coloca como um ótimo parceiro para qualquer um dos lados”, destaca Bedran.

No Congresso Nacional, o projeto de lei que institui a Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos (PNMCE) ainda está em fase de tramitação. A proposta, de autoria do deputado Zé Silva (SD-MG), tem o objetivo de ampliar o conhecimento geológico e desenvolver a indústria de transformação mineral. As diretrizes incluem ações de financiamento, promoção de investimentos internacionais e desenvolvimento de infraestrutura.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), até 2029, estão previstos US$ 24,3 bilhões de investimentos em minerais estratégicos, que devem ser direcionados para as indústrias de tecnologia da informação, defesa, alimentação e transição energética no país. Apesar desse valor, o especialista alerta sobre a importância de se aprovar uma política nacional sobre o tema e cita o desafio da falta de financiamento governamental.

“Se eu pudesse citar um desafio, que é o principal, é a criação de mecanismos financeiros para que empresas juniores consigam desenvolver esses projetos. E o principal deles é a garantia. O Brasil tem que criar isso internamente para que o próprio estado, via BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), consiga financiar esses projetos. Então, a financiabilidade dos projetos, hoje, é o nosso grande desafio e a gente tem que desenvolver isso internamente”, avalia o especialista.

Bedran é um dos palestrantes confirmados para participar do Correio Talks. O evento terá transmissão ao vivo pelas redes sociais do jornal. Além do advogado, também garantiram presença o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, Raul Jungmann; a diretora de Pesquisa do Instituto Escolhas, Larissa Rodrigues; e o deputado Zé Silva, autor do PL sobre o tema na Câmara.

 

Fonte: CorreioBraziliense