Política
Lula propõe apoio unificado à candidatura feminina da América Latina para liderança da ONU
Durante a 9ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada nesta quarta-feira (9) em Tegucigalpa, Honduras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que os países da região se unam em torno de uma candidatura única — e feminina — para a próxima liderança da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo ele, a escolha de uma mulher latino-americana para o cargo de secretária-geral seria um passo importante rumo à representatividade global.
A proposta de Lula foi apresentada diante de uma plateia composta por diversos chefes de Estado da região, incluindo a anfitriã do encontro, a presidente de Honduras, Xiomara Castro; a presidente do México, Claudia Sheinbaum; o presidente da Colômbia, Gustavo Petro; além de líderes do Uruguai, Bolívia e demais representantes dos 33 países-membros da Celac.
Em sua fala, o presidente brasileiro destacou que o mundo vive um momento de incertezas, marcado por desequilíbrios econômicos e decisões unilaterais. “A liberdade e a autodeterminação são as primeiras vítimas de um mundo sem regras multilateralmente acordadas”, afirmou Lula. Ele ainda denunciou o tratamento dado aos imigrantes, que são frequentemente “criminalizados e deportados sob condições degradantes”, além de criticar tarifas impostas de forma arbitrária que, segundo ele, desequilibram o comércio global e elevam os custos para todos.
Lula reforçou que a integração regional é essencial para enfrentar esses desafios. “Quanto mais fortes e unidas estiverem nossas economias, mais protegidos estaremos contra ações unilaterais”, pontuou.
A defesa por unidade e solidariedade entre os países da América Latina e do Caribe também foi ecoada por outros líderes presentes. Claudia Sheinbaum, presidente do México, destacou a necessidade de uma integração baseada no respeito mútuo e na soberania de cada nação. “É hora de reconhecer que nossa região precisa de mais cooperação entre governos e povos para alcançar uma integração sólida e respeitosa”, disse.
Já o presidente colombiano Gustavo Petro ressaltou o contraste entre dois caminhos possíveis para a região: o do isolamento ou o da colaboração. “A agenda da solidão só tem dois nomes: imigrações e bloqueio. A agenda da ajuda comum é mais complexa, mais difícil, mas muitíssimo mais interessante para todos e todas aqui presentes”, afirmou.
A Cúpula da Celac deste ano serviu, portanto, não apenas como um espaço de diálogo político, mas também como um chamado à ação conjunta em defesa dos interesses da região no cenário internacional.
