Porto Velho, RO, 22 de maio de 2025 23:17

Faltam 200 dias: rumo à COP30, Brasil intensifica articulação diplomática para garantir mais ação

Na contagem regressiva para Belém, governo tenta pavimentar caminho que evite inércia das negociações climáticas internacionais, diz secretário do MMA

 

A menos de 200 dias da COP30 em Belém, o Brasil tenta intensificar esforços diplomáticos para transformar a conferência em um divisor de águas na agenda climática global.

O grande objetivo é superar a fase de compromissos formais para avançar na implementação efetiva das políticas ambientais já acordadas.

“Estamos com uma série de acordos negociados, mas o grande problema é pôr em prática”, explicou João Paulo Capobianco, Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente, em entrevista à Exame.

“O essencial é que a gente de fato consiga fazer aquela que estamos chamando de virada ou de mudança de rota, que é parar de negociar e implementar”.

Da negociação à implementação

A abordagem brasileira busca superar limitações que ficaram mais evidentes na COP29, em Baku, onde, em um contexto de muitos impasses e recuos, o foco principal recaiu sobre a definição de metas finananceiras, com resultados considerados insuficientes.

O acordo final do Azerbaijão, que propôs que países ricos desembolssem US$ 300 bilhões anuais para ações climáticas em nações em desenvolvimento, não agradou pelo valor muito abaixo do US$ 1,3 trilhão reivindicado pelo Sul Global.

Além da insatisfação com o montante de financiamento, a conferência anterior também ficou marcada por um retrocesso significativo na questão dos combustíveis fósseis.

Após a COP28 em Dubai ter dado o primeiro sinal histórico para o fim da exploração desses combustíveis, o acordo de Baku sequer mencionou o setor – o que foi atribuído ao bloqueio (e presença massiva) e países produtores de petróleo.

Outro aspecto relevante: enquanto a COP29 enfrentou dificuldades para avançar na implementação de compromissos como o “Consenso dos Emirados Árabes Unidos” sobre transição energética, o Brasil tem agora a missão de estabelecer uma dinâmica diferente em Belém, focando na execução dos acordos anteriormente assumidos e na inserção de novos tópicos.

“Temos um papel muito relevante em colocar temas na convenção pela sua articulação com o clima. O primeiro foi a questão da conservação de florestas”, refletiu Capobianco.

Fonte: exame