Porto Velho, RO, 21 de novembro de 2024 02:21

Veja principais pontos sobre o plano de militares, revelado pela PF, para matar Lula, Alckmin e Moraes

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Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19) uma operação que revelou um plano de militares do Exército para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O plano foi traçado no fim de 2022, pouco antes de Lula e Alckmin, que venceram a eleição daquele ano, tomarem posse.

Quatro militares do Exército e um agente da PF, envolvidos com a estratégia golpista e homicida, foram presos.

As informações sobre os preparativos para matar as autoridades e dar um golpe de Estado foram encontradas pela PF, com ajuda de um equipamento israelense, em celulares e computadores dos investigados.

Veja abaixo os principais pontos do plano e da investigação:

Quem são os presos?

 

Cinco pessoas foram presas por envolvimento no plano golpista.

Quatro deles são militares do Exército ligados às Forças Especiais da corporação, os chamados “kids pretos”:

E também foi preso um policial federal: Wladimir Matos Soares, que tinha informações da segurança de Lula no período. Ele atuava como agente da PF no hotel em que o Lula se hospedava no período da transição de governo.

Os presos na operação da PF que investiga tentativa de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes — Foto: Reprodução

Os presos na operação da PF que investiga tentativa de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes — Foto: Reprodução

Um deles trabalhou no governo Jair Bolsonaro e frequentou acampamentos golpistas

 

O general de brigada Mario Fernandes foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República em 2022, último ano do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

No ano seguinte, com Bolsonaro já fora da Presidência, Fernandes virou assessor parlamentar do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde no governo do ex-presidente.

A PF descreve Fernandes como “um dos militares mais radicais” e influente nos acampamentos golpistas montados após a derrota de Jair Bolsonaro na eleição de 2022.

Plano foi impresso no Palácio do Planalto

 

Segundo o relatório da PF, o documento, nomeado como “Plj.docx”, foi impresso por Mário Fernandes no Palácio do Planalto, no dia 6 de dezembro de 2022, às 18h09.

De acordo com o blog da Daniela Lima, na hora da impressão, Bolsonaro estaria no palácio.

Documentos previam assassinato por tiro ou por veneno

 

No documento com o plano golpista e homicida, os envolvidos debatem matar Lula, Alckmin e Moraes com tiro ou veneno.

➡️ No material, intitulado “Planejamento Punhal Verde Amarelo”, os militares listam uma série de “demandas” operacionais e logísticas para concluir os planos.

➡️ E indicam, também, as “condições de execução” – ou seja, as circunstâncias que permitiriam os assassinatos.

“Algumas Psb [possibilidades/ já foram levantadas para a Ac Pcp [ação], entretanto, ainda são necessárias avaliações quanto aos locais viáveis, condições para execução (tiro a curta, média ou longa distância, emprego de munição e/ou artefato explosivo), possibilidades de reforço (PF) e proteção do alvo, bem como a intervenção de outras Forças de Segurança”, escreveram os golpistas em seu planejamento.

“Outra possibilidade foi levantada para o cumprimento da Missão, buscando um elemento químico e/ou biológico, ou envenenamento do Alvo, preferencialmente, durante um Evento Oficial Público. O nosso Rec [reconhecimento] também está levantando outras condições para tal L. Aç [ação]”, completaram os golpistas.

Veja o documento na imagem abaixo:

Plano de militares golpistas para assassinar Lula e Alckmin em 2022 - página 1 — Foto: PF/Reprodução

Plano de militares golpistas para assassinar Lula e Alckmin em 2022 – página 1 — Foto: PF/Reprodução

O encontro foi confirmado pelo general Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro que se tornou colaborador da Justiça, e corroborado por materiais apreendidos com o general Fernandes, um dos golpistas presos.

Braga Netto estava presente no encontro, segundo a PF. Também estavam lá Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro, e os majores Hélio Ferreira Lima e Rafael de Oliveira – esses dois também foram presos nesta terça, suspeitos de, junto com Fernandes, elaborarem o plano para matar Alckmin e Lula.

O que os golpistas haviam planejado como passo seguinte às mortes de Lula e Moraes?

 

Os militares presos pela PF nesta terça-feira planejavam criar um “gabinete de crise” como resposta aos eventuais assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes.

Citação a Bolsonaro

 

Um dos militares presos, o general da reserva Mario Fernandes visitou o Palácio do Alvorada no fim de 2022, residência oficial do então presidente Jair Bolsonaro.

Nos diálogos obtidos pela polícia, ele conta aos colegas que conversou com Jair Bolsonaro na ocasião. Em áudio, Fernandes comemorou que o então presidente aceitou o “nosso assessoramento”, segundo ele.

Plano foi discutido na casa do general Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e vice na chapa

 

Ainda de acordo com as investigações, o plano golpista e homicida chegou a ser discutido em reunião na casa do general Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa do ex-presidente.

Fonte:g1