A íntegra da coluna redigida por Herbert Lins
Cabe polarização na eleição municipal de Porto Velho?
Não foi uma, nem duas, mas várias mensagens que recebi de mulheres pedindo para aprofundar a discussão em torno do tema machismo estrutural em eleições. O maior caso de machismo estrutural recente em eleições foi do ex-candidato a prefeito Pablo Marçal (PRTB), que disputava a prefeitura de São Paulo quando, durante um debate, mirou na ex-candidata a prefeita Tabata Amaral (PSB) e disse: “Se mulher votasse em mulher, você ia ganhar no primeiro turno. A mulher não vota em mulher, a mulher é inteligente, ela tem sabedoria, tem experiência”. Depois, Marçal justificou a sua fala para jornalistas que a maioria do eleitorado é feminino, mas não vota e não elege mulheres. Neste caso, é uma alegação simplória dizer apenas que as mulheres não estão em maior número na política porque não votam em mulheres. Quem faz esse tipo de afirmação desconhece as variáveis da nossa herança colonial, o sistema social patriarcal, o machismo, o sexismo e a misoginia. Além disso, os percalços que envolvem a candidatura das mulheres em nosso país. Segundo pesquisas, nunca se falou tanto em misoginia, machismo estrutural e gênero, inclusive como afeta a vida das mulheres no Brasil. Por conseguinte, faz-se necessário rechaçar qualquer fala que provoque desconforto, desvalorização e humilhação à mulher.