Além das buscas, a Justiça determinou o afastamento de servidores públicos envolvidos no esquema de desvio de emendas parlamentares
Na manhã desta sexta-feira (4), a Polícia Civil de Rondônia cumpriu mandado de busca e apreensão no gabinete da vereadora Márcia Socorrista, na Câmara Municipal de Porto Velho. A ação faz parte dos desdobramentos da “Operação Lambuja”, deflagrada há três semanas, que investiga supostas irregularidades em repasses de recursos públicos destinados a uma ONG de amparo de animais na capital. Além das buscas, a Polícia Civil determinou o afastamento de servidores públicos envolvidos no esquema de desvio de emendas parlamentares.
A operação, conduzida pela Delegacia de Combate à Corrupção (DECOR), tem como foco o uso de R$ 300 mil, provenientes de uma emenda parlamentar, que teria sido incorporada ao orçamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A verba deveria ser destinada à aquisição de um veículo e suprimentos para a ONG, mas a investigação aponta desvios no uso dos recursos.
Segundo o inquérito, denúncias revelaram que documentos apresentados para a prestação de contas do projeto seriam inverídicos. Além disso, o abrigo mantido pela ONG estaria em condições precárias, mesmo após o recebimento de uma quantia significativa de dinheiro público. Há suspeitas de que o veículo adquirido com o recurso tenha sido utilizado para fins pessoais e políticos, beneficiando diretamente a vereadora investigada. Diante das evidências, servidores públicos que participaram do processo de repasse e fiscalização da emenda foram afastados de suas funções pela Polícia Civil.
A ação de hoje buscou recolher mais provas que reforcem o caso, possibilitando o ressarcimento do erário e a responsabilização dos envolvidos.
RELEMBRE O INÍCIO DA OPERAÇÃO
No início da “Operação Lambuja”, a Polícia Civil já havia cumprido oito mandados de busca e apreensão, incluindo a residência dos investigados e a sede da ONG. A operação teve início após denúncia da 7ª Promotoria de Justiça de Porto Velho, levantando suspeitas sobre a aplicação irregular dos recursos e o possível uso da organização para fins não relacionados à causa animal.
O nome “Lambuja” faz referência à expressão que descreve a vantagem indevida obtida em um negócio, apontando para a suspeita de que recursos públicos foram utilizados além do propósito original. A Polícia Civil segue com as investigações para garantir a apuração completa dos fatos e a recuperação dos valores desviados.
A sociedade porto-velhense acompanha de perto as investigações, que podem levar a consequências judiciais graves para os envolvidos, trazendo à tona o debate sobre a transparência no uso de verbas públicas.