Porto Velho, RO, 26 de novembro de 2024 00:16

Governo e Supremo atuam para conter ímpeto de Lira

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O titular da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, se reúnem com o presidente da Câmara, que ensaia medidas de retaliação ao Planalto e à Corte, como CPIs e votação de pautas que desagradam o Executivo

Uma semana depois da sessão que decidiu manter o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) preso, razão de todo o desgaste recente entre governo e Arthur Lira (PP-AL), integrantes do Judiciário e do Executivo entraram em cena, nesta quarta-feira, para conter o ímpeto do presidente da Câmara, que ensaia medidas de retaliação ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Esse mal-estar começou no dia seguinte à decisão do plenário sobre Brazão, quando Lira abriu guerra pública contra o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o responsabilizou por divulgar que o presidente da Câmara atuou pela soltura do parlamentar fluminense — preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Nessa troca de farpas, Lira se referiu a Padilha como seu “desafeto pessoal” e o chamou de “incompetente”.

Relatos dos deputados que estiveram com Lira nos últimos dias eram de que a disposição do presidente da Câmara envolve CPIs (comissões parlamentares de inquérito), que estão paradas ou que não foram instaladas até hoje, para atingir o Executivo e o Judiciário. Além dessa ação, projetos que desagradam ao governo seriam colocados para votar, como chegou a ocorrer nesta terça-feira.

Apesar de acordo contrário, Lira incluiu o requerimento de urgência para apreciação do projeto que prevê sanções e restrições aos invasores de propriedades rurais e urbanas, que foi aprovado por 293 votos a favor e 111 contra. Um triunfo da oposição, especialmente de bolsonaristas e da bancada ruralista, numa proposta que atinge diretamente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), após ocupações de terras.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), reclamou: “Combinamos com o presidente Arthur Lira que essas urgências entrariam na pauta, não para serem votadas hoje aqui no plenário. Isso não pode acontecer”, queixou-se o petista.

Nesta quarta-feira, Lira almoçou com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, escolhido pelo presidente da Câmara para ser agora seu interlocutor com o Planalto. Padilha, não mais.

À tarde, o deputado alagoano se reuniu com Alexandre de Moraes, alvo de ataques da oposição na Câmara. Bolsonaristas querem tirar poderes e rever decisões do tribunal, como acabar com o foro privilegiado e obrigar que ações de busca e apreensão da Polícia Federal, autorizadas pelo STF contra deputados e senadores, sejam submetidas às mesas diretoras da Câmara e do Senado.