Demissão ocorre em um momento de tensão na relação do presidente da Câmara com o Palácio do Planalto
Um dia depois de uma série de ocupações de propriedades rurais pelo país, o governo atendeu a um pedido do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e exonerou Wilson César de Lira Santos, primo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do cargo de superintende regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Alagoas. Essa era uma reivindicação antiga dos sem-terra, que promoveram ontem 24 invasões em 11 estados, como ações do “abril vermelho”, mês de protestos por reforma agrária.
A dispensa do superintendente do Incra ocorre em um momento de tensão na relação do presidente da Câmara com o governo, após o imbróglio que envolveu o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), alvo de ataques de Lira, um dia após a votação da manutenção da prisão de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), ocorrida na semana passada. O deputado alagoano chamou o ministro de “incompetente” e afirmou que Padilha se tratava de um “desafeto pessoal”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa de seu auxiliar e que, “só por teimosia”, o manteria no cargo.