MEIO AMBIENTE – Após 40 anos, macacos voltam ao bairro Areal, área central de Porto Velho

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Impacto ambiental criado pela construção da usina de Santo Antônio pode ser causa da migração da espécie

DA REPORTAGEM LOCAL
Um bando de micos – ainda sem identificação científica – vem sendo observado por moradores dos bairros Areal, Triângulo e Tucumanzal, todos na área central de Porto Velho. Os locais são áreas próximas ao rio Madeira. Eles apareceram há pouco mais de um mês e estão vindo, todos os dias, comer bananas, caju, e pedaços de pães que são servidos pelos moradores.

Apesar de não haver comprovação técnica, os micos estão migrando para áreas habitadas em busca de alimentos devido ao impacto causado pelo lago da usina de Santo Antônio, construída em área muita próxima à cidade.

A análise é feita pela maioria dos moradores antigos da área. De acordo com a aposentada M.N.F.S, de 70 anos, os micos eram comuns na área há 40 anos. Depois que o local foi habitado, não foram mais vistos.

Ela relata que desde o início das obras da usina vem ocorrendo fatos incomuns, como o aparecimento de aves silvestres, como periquitos, araras, curicas, entre outras.
Moradora antiga do bairro, ela afirma que há 40 anos o fenômeno – de bandos de micos nas árvores nos quintais – não era registrado.

A casa dela é uma das que são visitadas pelos macacos. “Ponho banana no pé de manga no quintal e eles comem. Tenho dó deles.
Sei que estão vindo buscar comida porque, infelizmente, invadiram o habitat natural deles”, afirma.

O colono Francisco Silva afirma tratar-se de um bando perdido, desgarrado. Para ele, que sempre trabalhou em áreas rurais próximas ao rio Madeira, essa espécie é comum nesses locais. Francisco acredita que eles habitavam locais na margem direita do rio, que também foi atingida, como as chácaras na comunidade Santo Antônio, parte que foi atingida, mas não houve retirada de famílias. Isso está fazendo com que os micos venham para os bairros.

FICHA DO BICHO
Mico rondoni. O primata, visto apenas em Rondônia, está na lista de animais em vulnerável de extinção, de acordo com o Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (SALVE).

 

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