Atleta de 17 anos tem Bruno Henrique como principal referência dentro do Rubro-Negro e revela que treinador da Seleção mudou seu estilo de jogo
De 1,82m, Felipe se autodefine como um centroavante de mobilidade, que busca o jogo e flutua entre ponta e a zona central do ataque.
– Sou rápido, acho bons passes, tenho boa finalização. Sou decisivo. Pode esperar de mim gols decisivos.
No Flamengo desde os 12 anos, teve seu estilo de jogo mudado pela ideia de um treinador. A sua entrada no futebol, porém, é obra do destino. O cancelamento de um jogo quando Felipe tinha 10 anos e um desvio de rota no caminho de volta para casa foram fundamentais para virar jogador.
– Primeiro comecei numa escolinha chamada América, depois fui para a Novo Paraíso. A partir daí tudo começou A história não vou dizer que é engraçada, foi Deus. A gente ia ter um jogo, me apresentei, mas o jogo foi cancelado. Aí a gente estava indo embora e estava tendo uma peneira do Athletico-PR. Falamos: “Já que não teve o jogo, vamos para a peneira”.
– Fomos para a peneira, e eu passei no teste do Athletico. E do Athletico eu vim para o Flamengo. Eu me destaquei num jogo pelo Athletico contra o Flamengo e vim para cá. Era perto (da escolinha), íamos pegar a mesma rua que fomos (para a escolinha onde não houve jogo), mas pegamos outra rua e nessa outra rua tinha o campo (da peneira do Athletico-PR).
– No Flamengo é o Bruno Henrique. Mais por causa das características, de velocidade, passe e decisão. E no futebol em geral é o Cristiano Ronaldo. A maioria dos moleques se inspiram nele por causa da força de vontade dele, da mentalidade. Ele é completo.
Mais sobre a inspiração em Bruno Henrique
– O meu estilo de jogo é parecido com o dele. Fico vendo muitos vídeos dele. Gosto muito dele.
Já esteve com ele?
-Já, num treino que tive com ele. E também quando fui à igreja. Quando o encontrei na igreja eu não tinha treinado com ele.
Treinou contra ele?
– Teve tipo um reduzido quando fui treinar no profissional.
Ele lembrou de você da igreja?
– Nada (risos), um monte de gente tirando foto, mas eu tenho a foto guardada.
Sonho no futebol?
– Primeiro quero disputar grandes títulos pelo Flamengo, ganhar uma Libertadores, meu sonho também. E ir para fora, para a Europa, poder fazer meu nome, ajudar minha família e jogar uma Champions. Mas o sonho de agora é poder estrear no profissional.
Já ganhou corpo para aguentar o tranco das divididas?
Consigo já, pegamos várias pedreiras, uns zagueiros altões, e consegui fazer o pivô. Estou indo bem.
Prefere ser ponta ou centroavante?
Gosto das duas, me sinto vontade fazendo as duas posições.
Gosta mais de fazer gol ou dar assistências?
– Fazer gol, né (risos)?
Mais confiante para a segunda Copinha?
– Estou. Já sei como funciona, sei que é pedrada todo jogo. Você ganha mais experiência.
Primeiro gol na Copinha 2023 (veja no topo da matéria)
– Foi contra o Avaí, acho que foi no primeiro minuto do jogo. Volante do nosso time apareceu na ponta, cruzou, e eu fiz de cabeça.
Expectativa de ser titular na Copinha 2024?
– Estou trabalhando forte, me dedicando cada vez mais nos treinos. Estou aí. Se for começar no banco, vou respeitar o treinador também.
Tomou muito pancada por enfrentar jogadores mais velhos?
– Saí com o pé inchado, com as unhas doendo por causa de pisão (risos).
Relação com os pais, que viajam para assistir a todos os jogos
– É muito boa. Eles largaram tudo para estar comigo desde que eu era pequeno. Minha mãe, que era agente de saúde, largou o emprego dela, meu pai vendia um sorvetinho de abacaxi. Meu pai era professor e trabalhava na rádio como jornalista.
Há outros jogadores na família?
– Sim, do lado do meu pai e da minha mãe. Mas era todo mundo zagueiro (risos). Tem um que chegou a jogar até profissional lá em Maceió. Ele chama Selmo. Os outros não chegaram a profissionais, mas jogaram também.
Exemplos da família ajudaram seus pais a te apoiarem na carreira?
– Meus tios sempre me apoiam. Quando teve a pandemia, meu tio Betete sempre dava treino para minha para eu não ficar parado.
O que gosta de fazer no tempo livre?
– Sou viciado no Fifa, jogo Fifa o dia inteiro. Às vezes vou à praia, ao shopping, mas gosto de ficar jogando. Daniel Sales. Eu vou muito mais à praia quando a minha família vem me visitar.
Qual praia mais gosta?
– A Praia do Recreio.