Porto Velho, RO, 23 de novembro de 2024 17:35

AMIGO CÃO – O MELHOR AMIGO “DO HOMEM” E SEU AMIGO FATURAM ELEIÇÃO PRESIDENCIAL ARGENTINA

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O cenário político latino-americano  e mundial acaba de receber um  novo presidente. Eleições  na  Argentina, disputadíssimas, decidida na “segunda volta” (segundo turno) entre o governista Sergio Massa e o oposicionista Javier Milei.

País de rica cultura, três  prêmios nobéis  –   Química (1970) Da Paz (1936 e 1980 – agradáveis livrarias, linda Gran Ateneo, praças públicas belamente projetadas, impecavelmente cuidadas, belos teatros,  imponente Colón, cemitério é centro de atração turística (Ricoleta), lá está a mais guerreira das mulheres da história dos  vizinhos, Evita Peron, que  juntou “seus descamisados queridos” e foi  às ruas garantir o mandato do marido, Juan Domingos de Peron, que ficou em casa, vendo a galega pelear, ambos cunhando o “peronismo” naquelas terras que nasceu Francisco,  do futebol vencedor, que nos faz passar vergonha em nosso templo sagrado, o Maracanã, nos chamando para tanguear, mesmo  que gostemos  de sambar. Povo orgulhoso, barulhento, guerreiro, hospitaleiro.

Não obstante tanta riqueza cultural, a Argentina sofre de  crise econômica endêmica, novamente nela envolvida. 2019 Macri, presidente de direita, reprovado nas urnas. 2023, Macri está na primeira fila com Milei, apeando o peronismo da Casa Rosada.

Analistas políticos, de direita ou de esquerda, estão buscando interpretar o resultado da opinião sagrada de nossos vizinhos, tão próximos de nossa gente, inclusive em épocas de crises, vide a Guerra do Paraguai, quando, junto com o Uruguai, somaram forças com Duque Caxias e  Tamandaré, partindo para a conquista do Chaco.

Para nós, guerra com eles só nos estádios. Batemos neles em  La Bombonera,   também no Maracanã (do Fluzão são fregueses,  lá e aqui),). Mas usamos força de trabalho emprestada. Salve, Conca, Salve, Cano. Desculpem, esperávamos por isso há muito tempo.

Voltando às eleições, os seguidores do candidato derrotado, o educado e polido Sergio Massa, veem na crise econômica (ela de novo) a derrota do candidato situacionista. Inflação gigantesca, economia capenga. É só lembrar. James Carville: “é a economia, estúpido”. A fome derruba governo, derruba muro, derruba bastilhas,  na França, em Buenos Aires.

Os seguidores de Milei também jogam seus búzios em busca de respostas para algo tão forte quanto uma peleia entre Boca e Independiente, numa tarde de domingo.

Como gosto de futebol, teatro, livraria, política, e até de cemitério,  ao menos NA Argentina, vou dar um pitaco  sobre o inusitado resultado, claro, pedindo vênia aos Mestres João Paulo Viana, Vinicius Miguel Raduan e Alberto Carlos Almeida, o qual não consultei sobre “ a mão que calçaria a luva”, no país do maconheiro Maradona e do Comunista Jorge Mario Bergóglio, que tão cedo não verá ao vivo o San Lorenzo, só pela TV.

Milei, além das ideias revolucionárias, querendo  dolarizar a economia de um país que não tem dólar, mas isso é lá problema deles, se faltar dólar, emprestem yuans. Os cofres argentinos estão lotados deles. Se faltar dinheiro, privatiza tudo. Os chineses estão preparados para as compras.

O novo líder platino ganhou as eleições, na minha opinião, devido uma  secular aliança com o verdadeiro amigo do homem: o cão.

Javielito (só para os íntimos)  mostrou sua sensibilidade em avocar ajuda do além, recorrendo ao seu amigo Conan, morto apenas para os ingratos, cujos pelos estão misturados em suas rubras costeletas,  aquecendo seu coração.

O povo argentino, que mudou de Cristina para  Macri para Fernandes,  descobrindo  que  a pindaíba é a mesma, resolveu inovar, escolhendo o melhor amigo dos cães para conduzir seus destinos até a próxima eleição.

Aproveitando o momento de canina  reflexão,  fiz  rápida consulta na memória, dos cães e “côas” em minha vida, encontrando  o guerreiro Sultão, que me defendia das cascavéis e urutus na isolada Muquilão, do Tuxo, que na carroceria de um F400 mudou da saída de Peabiru para a saída de Cianorte, Terra Boa.

Esse meu pequeno amigo,  manchado de preto e branco, saltitante,  tentou vir conosco para Rondônia, mas a União Cascavel ainda não transportava esses bichinhos. Ele era guerreiro, até hoje o vejo  correndo atrás do ônibus. Ficou ele lá,  eu cá, cada um curtindo  sua saudade.

Em terras rondonienses, novos amigos caninos. Como esquecer o Veludinho, cão retinto das primas Virginia, Zizi e Nininha, o primeiro que nos recebeu, com latidos poucos amigáveis, é verdade, em uma chuvosa tarde em 23 de novembro de 1977, chegando em Colorado,  Rondônia.

Do casal Desengano e Baleia, que alegremente me recebiam aos finais das tardes, quando ia  buscar informações na Voz do Brasil, transmitido pela Rádio Nacional, na casa do  Daniel Correia  e Nalzira (Neguinha).

Como não relembrar da pequeninha “Chôia”, assim batizada por meu irmão, magrela e animada para qualquer caçada, desde que o monstro a ser abatido não fosse maior que um calango ou um rato, dada a sua frágil estrutura corpórea.

E o pequeno Tigre, que chegou em casa com os olhos fechados, durantes vários dias sustentado na mamadeira. Crescia lindo e imponente. Morreu jovem, envenenado, fazendo o bruto  dono chorar.

Nos últimos vinte anos dividimos nossa alegrias com duas amigas caninas: Bobota e Balu. Uma nascida para desfilar em salão de festa francesa, a outra pronta para qualquer barraco.

A nossa epopeia canina ainda poderia ir longe, mas a saudade é muito forte. Paremos por aqui.

Voltando à Argentina, todos que lá possuem um “perrito”, viram no candidato que mistura suas cobreadas madeixas com seus peludos  amigos canino uma boa opção para votar, pois a décadas direita e esquerda se revezam e a  economia continua   sempre  um choroso tango, às margens do Rio de La Plata, numa  tarde manhosa.

Se a economia vai dar certo ou não, temos que esperar, mas, com certeza, os donos de Pet Shop terão anos fantásticos, pois o “Maestro da Casa Rosada”, vai fazer história,  colocando o eterno melhor amigo do homem no local que ele também merece: o Palácio Presidencial, como seu fiel conselheiro, mesmo que em espírito. Isso vai aquecer os negócios.

Agora um solução diplomática para Lula, que vai não vai à posse de Milei. Solução simples: manda a Resistencia, que em uma tarde de sol subiu a rampa, está acostumada com o meio palaciano. Deixem os melhores amigos e amigas dos homens e mulheres, fazerem as conversas iniciais. Dessa conversa  (latidos) pode surgir uma boa  propostas para brazucas e hermanos, quem sabe até decidir o maior dilema desses países: o Melhor é Pelé ou Maradona? Messi mostra os troféus e diz que também quer participar da prosa. Eu acho que do lado argentino os melhores são Conca e Cano, do brasileiro, André, Nino, JK, o presidente, que agora é internacional.

Espero que o eleito presidente não cumpra todas a suas propostas, principalmente a de retomar Islas Malvinas, pois elas também são chamadas  de Falklan Islands, e os súditos do Rei Charles III, muito bem orientado por sua Camila, não gostam de cachorrada. Cuidado com  Big Dog, o buldogue inglês! O bicho tem uma mordida muito forte. Videla e cia já experimentaram.

Viva, La Argentina! Viva Brasil! Viva Conan e todos  “los perros”! Viva a Resistência, aquela que mostrou ao mundo que  vira-latas também podem latir em palácios, em português ou em castelhano!

Daniel Pereira, um analfabeto que gosta de cachorro e política.

Fonte: noticiastudoaqui.com

Autor: Daniel Pereira, ex-governador de Rondônia