Porto Velho, RO, 23 de novembro de 2024 13:58

Comando vermelho: Lula entra em campo para blindar Dino

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Presidente diz que ministro da Justiça é vítima de fake news no caso das audiências concedidas na pasta à mulher de líder do Comando Vermelho

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou em campo para defender seu ministro da Justiça, Flávio Dino, em meio à controversa visita ao ministério de Luciane Barbosa, conhecida como “dama do tráfico amazonense”. Ele não mencionou a gravidade da situação de a pasta ter recebido em audiência a mulher de um dos líderes do Comando Vermelho. Ateve-se às fake news de que Dino se encontrou com Luciane. O chefe do Executivo, porém, não se solidarizou com o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, também envolvido no episódio.

Para Lula, as ofensivas são retaliação ao trabalho que Dino desempenha contra o crime organizado. “Minha solidariedade ao ministro Flávio Dino, que vem sendo alvo de absurdos ataques artificialmente plantados. Ele já disse e reiterou que jamais se encontrou com esposa de líder de facção criminosa. Não há uma foto sequer, mas há vários dias insistem na disparatada mentira”, postou o presidente no X (antigo Twitter).

O petista destacou que Dino tem atuado pela “defesa da democracia; o combate ao armamentismo selvagem; o enfrentamento ao crime organizado, ao tráfico e às milícias; e a proteção da Amazônia”. Segundo ele, as medidas “despertam muitos adversários, que não se conformam com a perda de dinheiro e dos espaços para suas atuações criminosas”. “Daí nascem as fake news difundidas numa clara ação coordenada. Nós reiteramos: não haverá recuos diante de criminosos e seus aliados, estejam onde estiverem, sejam eles quem forem”, enfatizou.

A operação blindagem ainda envolveu parlamentares e outros aliados do governo, que também usaram as redes sociais para defender Dino.

“O ministro Flávio Dino é um homem íntegro, ético e que tem sido fundamental para a reconstrução democrática do Brasil. As fake news e o ódio envolvendo o seu nome fedem a desespero. Sabemos que, graças ao trabalho irretocável do Ministério da Justiça, o cerco contra quem conspirou contra a democracia se aperta cada dia mais. Deixo meu abraço e todo o apoio e solidariedade ao ministro”, escreveu o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido/AP).

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, também disparou elogios ao ministro. Destacou a “trajetória irretocável em todas as funções que exerceu na vida pública, seja como juiz federal, deputado federal ou governador do estado do Maranhão”.

“Como ministro da Justiça e da Segurança Pública, tem tido um papel fundamental na defesa da democracia e no enfrentamento de organizações criminosas. Portanto, são irresponsáveis e levianos os recentes ataques que tentam apenas desgastar a imagem do ministro. Dino continua com o apoio dos democratas e daqueles que acreditam em um Brasil mais justo e solidário para todos e todas”, frisou Mercadante.

Dino agradeceu o apoio: “Desde cedo, a começar do presidente Lula e dos colegas de governo, recebi milhares de mensagens de apoio e solidariedade. Colegas da comunidade jurídica; governadores, senadores, deputados; partidos políticos; sociedade civil; cidadãos”, postou. “A todos e cada um, agradeço muito. Seguimos juntos. O resto não tem importância. Como dizia meu saudoso pai, ‘efeito de um redoxon em uma piscina olímpica’. Sigo do mesmo jeito, animado, sem medo, independente, fiel aos meus princípios. E rezando todos os dias.”

Ele é um dos cotados para assumir a cadeira deixada pela ministra aposentada do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber.

Nos bastidores, uma ala do governo argumenta que o episódio está sendo usado politicamente por bolsonaristas e outros integrantes da oposição para enfraquecer a possibilidade de ele ser indicado. Para ser ministro do Supremo é necessário que o candidato tenha “reputação ilibada”. A ausência desse requisito, que é subjetivo, poderia ser usado pelo Senado para rejeitar a eventual escolha do presidente.

Visitas

Luciane fez duas visitas ao Ministério da Justiça este ano, em março e maio. Foi recebida — compondo uma comitiva — pelo secretário Nacional de Assuntos Legislativos da pasta, Elias Vaz, e pelo secretário nacional de Políticas Penais, Rafael Velasco Brandani.

A terceira e mais recente viagem à capital ocorreu para participar do Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, em 6 e 7 de novembro, promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Ela foi convidada como representante do Amazonas e veio à capital federal com passagens custeadas pelo ministério.

Fonte: CorreioBraziliense